Por Alexandre Figueiredo
Vamos olhar bem longe para essas fotos. Esqueçamos os detalhes. A pintura padronizada confunde, e muito, porque a exibição dos logotipos das empresas de São Gonçalo (RJ), no caso a Viação Galo Branco e a Viação Estrela, representa um dos paliativos que não adiantam de forma alguma para o passageiro.
Na correria do dia a dia, nem sempre o ônibus "padronizado" pode ser reconhecido mesmo com tais paliativos. Exibir nome de empresa na janela é inútil, porque o nome se "perde" entre outros adesivos como o "selo verde", o adesivo do preço da tarifa e outros que vierem. E exibir nas laterais ou no letreiro digital o nome de cada empresa é um paliativo que só adianta quando visto de muito perto.
Mas é muita ingenuidade - e podemos dizer burrice da parte das autoridades - acreditar que os passageiros só pegam um ônibus esperando comportadinhos no ponto e recebendo o ônibus vendo sua parte dianteira.
Esse teatrinho de uma mobilidade urbana de conto de fadas nem sempre se concretiza na realidade. Na correria, as pessoas muitas vezes veem seu ônibus a uma boa distância, ou escondido entre tantos outros.Com a pintura padronizada, não há como reconhecer um ônibus visto de longe, por razões bastante óbvias. A pintura é a mesma.
Visto à distância, nomes de empresas, números de carros, letreiros digitais "desaparecem" como uma verruga de alguém que "desaparece" ao longe, quando muito virando um pontinho pequeno. Eu mesmo pude verificar que pintura padronizada é ruim mesmo com paliativos que "permitem" mostrar o nome de cada empresa.
Eu, nas minhas caminhadas em Icaraí, conhecida praia de Niterói, fui observar a Praia João Caetano (antiga Praia das Flechas) de um ângulo próximo à Rua Mariz e Barros. Passando os ônibus à distância, do consórcio Transoceânico, fica muito difícil ver se os "verdinhos" são da Viação Fortaleza, Expresso Miramar ou Viação Pendotiba.
A Pendotiba só fica "menos difícil" porque seus ônibus são mais longos que outros. Mas isso não é desculpa para a pintura padronizada, porque nada impede que uma Miramar venha com um carro do tamanho da Pendotiba, por exemplo.
Isso complica muito, porque o passageiro que fica esperando um ônibus sempre observa os que passam em um ponto mais distante na expectativa de se preparar para embarcar no ônibus desejado, quando ele se aproximar.
Também vi as tais empresas "padronizadas" de São Gonçalo no portal Ônibus Brasil, e também ficou difícil identificá-la nas miniaturas das fotos. Só mesmo clicando nas miniaturas para ver as fotos em tamanho satisfatório para reconhecer a empresa, citada também nos créditos técnicos. Mas se fica difícil reconhecer a empresa à distância, a pintura padronizada NÃO vale a pena.
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