ÔNIBUS DA CITY RIO APARECE CIRCULANDO SEM VIDRO NUMA JANELA.
Conforme mostraram reportagens da televisão, o sistema de ônibus do Rio de Janeiro, desde que adotou um modelo autoritário, tecnocrático e dotado de pintura padronizada - que, do contrário que as autoridades dizem, não permite de forma alguma a identificação de uma empresa - está favorecendo, direta ou indiretamente, uma série de irregularidades.
Os diversos acidentes, vários deles com mortes, confirmam isso, e a bagunça com que se tornou o sistema de ônibus carioca fez com o que era ruim piorasse e o que era bom ficasse também de ruim a pior.
Se antes empresas como Campo Grande, Amigos Unidos (Translitorânea), Via Rio (City Rio) e Ocidental (Rio Rotas) apontavam irregularidades, agora sob o fardão dos tais "consórcios" a situação piorou ainda mais. E hoje até ônibus da Real, Matias, Estrela Azul e Futuro circulam como se fossem carros de entulho de tanto sacolejar...
A City Rio é o foco das reportagens recentes, sobretudo a linha 261 Marechal Hermes / Praça 15, uma das poucas que ligam o entorno da Zona Norte à Zona Portuária, passando por diversos bairros. A linha chegou a ser feita com carros da Ciferal Padron Briza, motor Volvo, quando era servida pela estatal CTC-RJ nos anos 80.
Nessa época, os ônibus ficavam lotados e havia muita espera entre um ônibus e outro. Numa Av. Alfred Agache ainda não transformada num local sombrio e fedorento conhecido como "mergulhão", as filas em frente à Estação das Barcas cresciam. Apesar desses problemas, não era a tragédia dos tempos de hoje.
A linha 261 tem carros convencionais, velhos, alguns micrões. Alguns contam com bancos desconfortáveis, sendo apenas bancos de fibra de vidro dotados de almofadas. Mas os ônibus que contam com bancos estofados possuem assentos que se soltam e vários veículos são sujos, têm a lataria amassada e até pneus carecas, soltos e outros problemas.
O DETRO apreendeu 16 veículos da linha 261, que estavam em condições tão péssimas que, conforme registrou uma das reportagens de TV, um ônibus circulava normalmente sem um dos vidros da parte da frente. E tudo isso com o visual devidamente padronizadinho, conforme manda o prefeito Eduardo Paes.
A pintura padronizada (ou pintura única) garante essa falta de transparência. As diferentes empresas que agora se confundem com a mesma imagem - é inútil colocar o nome da empresa no letreiro digital - acabam sendo favorecidas por esse mascaramento, e quem sabe, sabe como Eduardo Paes trata o povo carioca. Com descaso, arbitrariedades e omissão, além de promessas mirabolantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.