sexta-feira, 9 de agosto de 2013

CPI DOS ÔNIBUS COMEÇA COM CLIMA TENSO

MANIFESTANTES JÁ REALIZARAM PROTESTOS NA VÉSPERA DA PRIMEIRA REUNIÃO, DEPOIS DE INFORMADOS PELA IMPRENSA DO RIO DE JANEIRO.

A CPI dos Ônibus começou hoje de manhã, na Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro, já com um procedimento estranho. Para presidente da CPI, foi escolhido como presidente justamente o parlamentar que votou contra a criação da CPI, Chiquinho Brazão (PMDB). Outro parlamentar, Professor Uoston (PMDB), foi escolhido para relator.

Sentindo o cheiro de "chapa branca", manifestantes fizeram protesto hoje de manhã em frente à Cinelândia, onde fica a Câmara. Indignados com a indicação de Brazão, as pessoas que aguardavam nas longas filas pela entrada na CPI dos Ônibus e as 50 pessoas que já estavam presentes no salão de reunião protestavam e vaiavam os parlamentares.

Alguns revoltosos que estavam fora da Câmara invadiram o gabinete de Brazão e depredaram e picharam as paredes. Foram pichadas frases como "Ladrão", "CPI do busão", "Isso aqui é a gaiola dos ladrões", "O povo no poder", "Poder popular" e  "Amarildo?".

Quem estava ainda fora exibia cartazes como "Fora Cabral" e "Nem todo mundo tem helicóptero", além de acusar a escolha dos dois parlamentares governistas como "golpe sujo". Os que estavam dentro chegaram a subir nas cadeiras para expressar seu protesto. Os manifestantes ainda querem que o vereador Eliomar Coelho (PSOL), de oposição, assuma uma das duas funções.

Protestos nas diversas ruas do Centro do Rio foram marcados pela tensão e pela repressão policial. Manifestantes ligados ao grupo Black Bloc foram detidos e depois liberados. Um prédio da empresa EBX, de Eike Batista, foi depredado e uma agência bancária foi invadida.

O deputado Marcelo Freixo, seu assessor e outros deputados que tentaram negociação na casa parlamentar foram agredidos ou atacados com gás de pimenta. Um chefe de segurança da Câmara barrou o acesso até da Anistia Internacional.

Dos cinco parlamentares envolvidos na elaboração da CPI, somente Eliomar Coelho havia solicitado sua instalação. Os demais não assinaram o requerimento de dois meses atrás e estão ligados à base de apoio do governador Sérgio Cabral Filho e do prefeito carioca Eduardo Paes.

A CPI dos Ônibus será o primeiro evento do gênero a ter suas reuniões inteiramente filmadas e distribuídas para divulgação nos meios de comunicação. Haverá participação popular, mas até agora não foi divulgada a forma de como se dará essa participação.

Um comentário:

  1. Bem que vocês poderiam postar um texto, rebatendo um argumento utilizado às vezes pelos defensores da padronização visual, de que na maioria das cidades européias (onde o transporte público é de melhor qualidade) os ônibus urbanos têm suas pinturas padronizadas. Um abraço!

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