terça-feira, 27 de agosto de 2013

"FAVORECIDA" PELA PINTURA PADRONIZADA, CITY RIO TEM FROTA SUCATEADA

ÔNIBUS DA CITY RIO APARECE CIRCULANDO SEM VIDRO NUMA JANELA.

Conforme mostraram reportagens da televisão, o sistema de ônibus do Rio de Janeiro, desde que adotou um modelo autoritário, tecnocrático e dotado de pintura padronizada - que, do contrário que as autoridades dizem, não permite de forma alguma a identificação de uma empresa - está favorecendo, direta ou indiretamente, uma série de irregularidades.

Os diversos acidentes, vários deles com mortes, confirmam isso, e a bagunça com que se tornou o sistema de ônibus carioca fez com o que era ruim piorasse e o que era bom ficasse também de ruim a pior.

Se antes empresas como Campo Grande, Amigos Unidos (Translitorânea), Via Rio (City Rio) e Ocidental (Rio Rotas) apontavam irregularidades, agora sob o fardão dos tais "consórcios" a situação piorou ainda mais. E hoje até ônibus da Real, Matias, Estrela Azul e Futuro circulam como se fossem carros de entulho de tanto sacolejar...

A City Rio é o foco das reportagens recentes, sobretudo a linha 261 Marechal Hermes / Praça 15, uma das poucas que ligam o entorno da Zona Norte à Zona Portuária, passando por diversos bairros. A linha chegou a ser feita com carros da Ciferal Padron Briza, motor Volvo, quando era servida pela estatal CTC-RJ nos anos 80.

Nessa época, os ônibus ficavam lotados e havia muita espera entre um ônibus e outro. Numa Av. Alfred Agache ainda não transformada num local sombrio e fedorento conhecido como "mergulhão", as filas em frente à Estação das Barcas cresciam. Apesar desses problemas, não era a tragédia dos tempos de hoje.

A linha 261 tem carros convencionais, velhos, alguns micrões. Alguns contam com bancos desconfortáveis, sendo apenas bancos de fibra de vidro dotados de almofadas. Mas os ônibus que contam com bancos estofados possuem assentos que se soltam e vários veículos são sujos, têm a lataria amassada e até pneus carecas, soltos e outros problemas.

O DETRO apreendeu 16 veículos da linha 261, que estavam em condições tão péssimas que, conforme registrou uma das reportagens de TV, um ônibus circulava normalmente sem um dos vidros da parte da frente. E tudo isso com o visual devidamente padronizadinho, conforme manda o prefeito Eduardo Paes.

A pintura padronizada (ou pintura única) garante essa falta de transparência. As diferentes empresas que agora se confundem com a mesma imagem - é inútil colocar o nome da empresa no letreiro digital - acabam sendo favorecidas por esse mascaramento, e quem sabe, sabe como Eduardo Paes trata o povo carioca. Com descaso, arbitrariedades e omissão, além de promessas mirabolantes.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

IDENTIFICAR EMPRESAS NÃO É QUESTÃO DE ESTÉTICA. É COMPROMISSO DE RESPEITO AO PASSAGEIRO

Olhem para esta foto. Não é bom poder identificar, facilmente e à distância, as empresas que prestam o serviço que você utiliza? Esta foto mostra a rodoviária de Nova Iguaçú, e mostra uma invejável diversidade visual já ausente na capital do estado e que vai desaparecer no mês que vem na cidade onde eu moro, Niterói.

Pouca gente sabe, mas esse modelo de ônibus que estão querendo impor na marra no Brasil todo, é do tempo da ditadura militar. A ideia de uniformizar toda a frota é claramente inspirada nos veículos militares.

Mas não é necessário uniformizar a frota de um determinado lugar para mostrar serviço. Aliás, era melhor nem uniformizar, já que a dificuldade na identificação de empresas dificulta usuários e favorece a corrupção, além de impedir reclamações diretamente com as empresas. Como, se ninguém sabe qual é a empresa?

O que ninguém sabe, é que uniformizar empresas na marra é um desrespeito ao passageiro, uma humilhação até. Os busólogos não se importam com uniformização já que são capazes de identificar modelo de chassi com os olhos fechados, que dirá de empresas em frotas uniformizadas. Já os cidadãos que penam para pegar um ônibus estão, como é tradição, literalmente abandonados pelas autoridades.

Afinal, qual a vantagem de se uniformizar a frota?

Apesar das polêmicas envolvendo busólogos, nenhum deles ainda parou para fazer ou responder a seguinte pergunta: qual a vantagem de se uniformizar a frota? Sinceramente não vejo vantagem, a não ser para a própria prefeitura, que usa os ônibus como propaganda de suas gestões.Só faltava estampar as caras dos prefeitos nessas pinturas, para deixar a coisa escancarada.

Convém lembrar que uniformizar as coisas é algo típico de ditaduras e, coerentemente, a medida está sendo implantada nas cidades sem qualquer tipo de consulta, plebiscito, etc. Nada mais adequado para um sistema nascido nos tempos da ditadura.

Ditadura fora da lei

Agora, uma novidade que nenhum dos defensores e nem as prefeituras sabiam: a uniformização visual das frotas (também conhecida como padronização visual) é ilegal. Vai contra justamente a lei de licitação que as prefeituras tando dizem seguir.

Faz parte do resultado de uma licitação legalizada a identificação clara dos vencedores. Como é que após uma licitação, as prefeituras escondam a identificação das prestadoras de serviços - é um direito do cidadão poder identificar quem presta o serviço que ele utiliza - , fugindo da própria lei da licitação? É como se eles interrompessem o processo, escondendo da população os vencedores da licitação.

Maiores detalhes sobre isso aqui neste link.

Respeito ao cidadão que não é seguido

O povo é sempre tratado pelas autoridades como gado. Na sociedade em que vivemos, os ônibus são tratados como o transporte desse gado. E pelo jeito, gado, para estas autoridades, não fala, não decide, não escolhe, não reclama e nem merece respeito.

De que adianta colocar BRTs, pisos baixos, ar condicionado e um monte de veículos pomposos para disfarçar um sistema que nasce falho e segue colecionando erros? É fazer o passageiro de trouxa, pois ele só quer conforto e rapidez, e não um monte de pompa que além de todos os erros, não estimula a retirada dos automóveis nas ruas, mantendo todo o sistema de transporte como está. Apenas eliminando as qualidades que tinha, substituindo-as por uma bela maquiagem que deixa o ônibus bonito para os busólogos, mas bastante problemático para quem depende dele para exercer o direito garantido por lei, de deslocamento.

Precisa colocar uniforme em todos os ônibus? Não só não é necessário como é nocivo à população. Chega de uniforme. Padronização não combina em um país com vocação para diversidade.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

DIAGNÓSTICO DA PINTURA ÚNICA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS

A curitibanização do transporte brasileiro, planejada pelo arquiteto, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, Jaime Lerner e adotada na maior parte das capitais brasileiras tem dado muita dor de cabeça a usuários e condenando a diversidade que tanto caracteriza o nosso país.

Na postagem de hoje, mostro a situação das capitais brasileiras com relação a uniformização da frota convencional (padronização de serviços especiais não são consideradas uniformização, também conhecida como "pintura única" ou "fardamento de frotas") ou não de suas pinturas, acompanhadas de comentários sobre a situação de cada uma. Como desconheço datas de adoção na maior parte das capitais, não colocarei informações referentes a isso nos textos. Vamos lá, começando da região e o estado onde eu moro. Coloco também que critério de variação na padronização que cada capital adotou.

REGIÃO SUDESTE:

- Rio de Janeiro (critério de padronização: por consórcio): Surpreendentemente adotado em 2010, sendo a última capital da região a adotar a antipática medida, apesar de planejado desde 1989, a uniformização da frota municipal desagradou a todos os usuários. Desde a adoção, do contrário das promessas das autoridades que impuseram na marra o sistema, problemas com ônibus só vem aumentando, gerando muitas reclamações e nada resolvendo os problemas de mobilidade. Graças a adesão do Rio de Janeiro, o Sudeste se tornou a única região onde todas as capitais uniformizam a frota.

- São Paulo (critério de padronização: por consórcio):  Há muitos anos uniformizando a sua frota, o sistema não permite a identificação de empresas, totalmente desconhecidas de quem não vive na cidade, apelidando qualquer uma de SPTrans. Recordista de reclamações, foi um dos primeiros a adotar o BRT (sem este nome) no país, mostrando que não basta um belo articulado, lindo de se ver, para resolver a mobilidade urbana como um todo. O fracasso do sistema paulista tem sido ignorado por quase todos, que não conseguem achar uma alternativa ao BRT para resolver os problemas de mobilidade sobre pneus

- Belo Horizonte (critério de padronização: por tipo de serviço): Também com muitos anos de uniformização, adotou recentemente um novo uniforme, bolado pelo designer e busólogo Armando Vilela, mais bonito que o anterior. Usuários não tem grandes problemas porque o critério de variação de cores por serviço confunde menos, apesar de acabar com a fiscalização feita diretamente pela população, que não identifica as empresas.

- Vitória (critério de padronização: por tipo de serviço): Não conheço muito o sistema de Vitória e também não encontro informações detalhadas sobre o mesmo. Me parece que a variação se dá por serviço. Há uma pintura diferente, mais bonita que não é da capital e sim da cidade de Vila Velha, mas que circula predominantemente na capital.

REGIÃO SUL:

- Curitiba (critério de padronização: por tipo de serviço): É o berço dessa pataquada toda. Daí que surgiu toda essa história. Famoso por ser o "melhor sistema de ônibus do país", o sistema foi considerado pelas autoridades um modelo a ser exportado, para outras cidades e até outros países. Mas já dá muitos problemas para os usuários locais, algo que até então era cuidadosamente escondido da mídia, para poder manter a sobrevivência do mito de "melhor sistema".

- Porto Alegre (critério de padronização: não varia): Junto com a capital do Acre, Rio Branco, é a detentora da pintura padronizada mais feia do país. Não tenho informações sobre a qualidade do serviço.

- Florianópolis (sem padronização): A cidade onde eu nasci é, heroicamente, a única capital a ir na contramão do modismo e abolir a padronização (que era variada usando o critério de empresas, como em Aracajú), valorizando a diversidade visual e a identificação de empresas. É a única cidade a adotar o BRT sem uniformizar a frota. Apenas o serviço de executivo te padronização, pois em serviços especiais, a padronização é tolerada, como acontecia no RJ no metrô-ônibus ou no antigo Grande Circular de Salvador.

REGIÃO CENTRO-OESTE:

- Brasília (critério de padronização: desconhecido): Outra a usar a padronização por muito tempo, é o sistema campeão de irregularidades, tendo a peculiaridade de ter ônibus piratas disfarçados na frota principal. usuários sofrem com lotação e carros muito antigos (a renovação de frota é escassa), algo coerente com a cidade dos políticos corruptos. O sistema está em fase de mudança e deverá adotar o terceiro uniforme. Não conheço o critério de variação de cores das pinturas, critério que também pode mudar com o novo sistema.

- Goiânia (critério de padronização: não varia): Com pintura muito semelhante ao que o Rio de Janeiro usou no consórcio Internorte, o sistema tem boa renovação de frota, sendo o primeiro a adquirir a nova geração de Apache Vip, que é sucesso em todo o país (principalmente em Niterói, onde eu moro). Não tenho informações sobre o sistema, que já possui BRT rodando em seu território.

- Campo Grande (critério de padronização: desconhecido): Sem muitas informações sobre o sistema, a não ser o fato de que a atual identidade do uniforme é bem recente. O sistema está em fase de alteração e pode não mais servir o centro da cidade, que poderá se tornar proibida para ônibus.

- Cuiabá (sem padronização): A única da região a não ter uniformização de pinturas no momento. Sem informações sobre o sistema.

REGIÃO NORDESTE:

- Salvador (critério de padronização: parcial, por empresa): Acontece, na capital baiana uma coisa curiosa: oficialmente não há padronização. Mas muitas empresas, por conta própria, resolveram padronizar as suas pinturas na intenção de diminuir custos, optando por um branco básico e a plotagem de um logotipo, variando apenas na pintura das rodas e para-choques. Há uma minoria de empresas que não aderiu à padronização. Serviços especiais tem pintura própria. O Grande Circular, que antes era caracterizado por uma pintura só para o serviço, agora roda com carros sem pintura, como na frota convencional. Apesar de ter sido muito ruim na segunda metade da década de 90, tem melhorado um pouco nos últimos 5 anos, com boa conservação e constante renovação de frota. Está em fase de licitação e há grande risco de uma adoção oficial de uniformização de frota.

- Recife (sem padronização no serviço convencional - adotada apenas em serviços especiais): Embora a capital pernambucana tenha diversidade visual, a maior parte da frota integra um serviço especial de integração de terminais, conhecido como SEI , dando a ilusão de que a frota nesta capital é uniformizada (a nossa análise se refere a frota que opera linhas convencionais). Mas as linhas convencionais (não integradas) continuam ostentando identidade própria das empresas.

- Aracajú (critério de padronização: por empresa): Para uma capital pequena, o serviço é bem elogiado e organizado. Apesar de padronizada, ela utiliza, como critério de variação, a identificação das empresas, o que facilita muito os usuários. Cidades como São José dos Campos utilizam este critério, que é quase como uma padronização relativa, pois as empresas continuam sendo identificadas.

- Maceió (sem padronização): Com um serviço razoavelmente elogiado, caracterizado, como Recife, por ônibus bem longos, Maceió se orgulha de uma frota com diversidade visual, admirada até por usuários, segundo amigos meus que moram na capital alagoana.

- João Pessoa (critério de padronização: parcial, por consórcio): Apesar de algumas empresas ainda adotarem diversidade visual, umas se reuniram em consórcios e uniformizaram seu visual. Não tenho confirmação disso, mas parece que funciona desta forma. Sem mais informações.

- Natal (sem padronização): Caracterizado pelas pinturas mais bonitas da Região Nordeste, tem um sistema bem organizado e valorizado pela diversidade visual. Sem mais informações.

- Fortaleza (critério de padronização: não varia): Recentemente saída de uma nova licitação que a dividiu em consórcios, é caracterizada por uma unica pintura em todo o sistema, sem qualquer variação. A vantagem é que os logotipos das empresas são destacados na pintura. O sistema é bem falho, mas deve sofrer alterações com o resultado desta licitação.

- Teresina (critério de padronização: não varia): Curiosamente adotada ao mesmo tempo que no Rio de Janeiro, a padronização se caracteriza pela reconstituição da extinta estampa da empresa carioca Matias, com um verde monocromático. Não tenho informações sobre o sistema (assim como não tenho informações sobre qualquer coisa relacionada a capital piauense).

- São Luiz (critério de padronização: desconhecido): Caracterizada por uma pintura bem feia e cheia de desenhos que desorganizam a estampa, se mostra um sistema desleixado e com uma frota predominantemente antiquada. Sem mais informações.

REGIÃO NORTE:

- Manaus (critério de padronização: distribuição dos lotes de linhas): Recentemente, o sistema de ônibus de Manaus chegou a um recorde: a maior renovação de frota, em quantidade ocorrida em um único período em toda a história do transporte brasileiro, com mais de 550 carros de uma só vez. A aquisição envolve ônibus de última geração com os mais recentes modelos de chassis e carrocerias. Há promessa de melhoria no sistema como um todo.

- Belém (critério de padronização: por consórcio): Com renovação constante de frota, os sistema de Belém também se encontra em reestruturação. Não tenho mais informações a respeito.

- Palmas (critério de padronização: não varia): houve renovação recente de frota. Sem mais informações.

- Rio Branco (critério de padronização: por empresa): Como em Salvador, a pintura é uma só, mas a diferença se nota no para-choque, com cada empresa sendo representada por uma cor. Renovação de frota regular. Sem mais informações.

- Boa Vista (critério de padronização: por empresa): Com pintura parecida com a paulistana, há variação por empresa, com uma cor para cada. Frota antiga. Sem mais informações.

- Porto Velho (sem padronização): Frota antiga, com predominância de veículos usados. Sem mais informações.

- Macapá (sem padronização): A capital do Amapá surpreende pela frota renovada e por belas estampas de pintura, coisas típicas das grandes cidades em que há diversidade visual. Não tenho mais informações além disto.

sábado, 17 de agosto de 2013

AS PREFEITURAS E OS GOVERNOS SÃO DONOS DAS LINHAS. NÃO DOS VEÍCULOS!

Bomba! A padronização visual imposta aos ônibus municipais e metropolitanos em várias cidades do país além de não ter vantagens e de estar contrário ao interesse público, é contrário à lei.

As prefeituras querem mandar na pintura dos veículos quando na verdade deveriam se limitar a aspectos relacionados com as linhas. Até porque as prefeituras são donas apenas das linhas e não dos veículos, que são propriedade exclusivas das empresas que fazem a concessão.

O sistema é de concessão de linhas. As prefeituras estabelecem as linhas, seus trajetos e características. O que elas podem fazer é determinar que tipo de veículo deve fazer as linhas. A pintura, deve ser decidida pela empresa. 

As prefeituras e governos, ao estipularem que tipo de pintura devem ter os carros, na verdade estão encampando as empresas e dizendo que aqueles carros pertencem à prefeitura, como se fossem os carros oficiais que as servem. As empresas, sem identidade ou marca, acabam piorando seus serviços, pois sem identificação, não podem ser fiscalizadas pela população, já que a identidade se limita arazão social presente em documentos guardados em gravetas trancadas nas prefeituras. Além disso, muitas empresas com uma só pintura confundem usuários que apressados, não terão tempo para procurar o letreiro das linhas.

As prefeituras e governos não são donos das frotas. Elas pertencem as empresas. E são as empresas que devem decidir que aparência terão os seus veículos. As autoridades do poder executivo, ao se preocuparem com o visual dos ônibus, acabaram relaxando em outros aspectos mais coerentes com a verdadeira responsabilidade que possuem: o bom funcionamentos das linhas. 

Uniformizar a frota para transformar as empresas em meros empregados das prefeituras é ato mesquinho e nada tem de vantajoso, prejudicando o interesse público. Afinal, quem defende a uniformização (ou padronização, como é mais conhecida), não sabe o que é andar de ônibus. Se soubesse, combateria a uniformização ao invés de defendê-la. 

Afinal, é bonito ver um sistema de transporte coletivo fracassar quando se anda de automóvel.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

CPI DOS ÔNIBUS COMEÇA COM CLIMA TENSO

MANIFESTANTES JÁ REALIZARAM PROTESTOS NA VÉSPERA DA PRIMEIRA REUNIÃO, DEPOIS DE INFORMADOS PELA IMPRENSA DO RIO DE JANEIRO.

A CPI dos Ônibus começou hoje de manhã, na Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro, já com um procedimento estranho. Para presidente da CPI, foi escolhido como presidente justamente o parlamentar que votou contra a criação da CPI, Chiquinho Brazão (PMDB). Outro parlamentar, Professor Uoston (PMDB), foi escolhido para relator.

Sentindo o cheiro de "chapa branca", manifestantes fizeram protesto hoje de manhã em frente à Cinelândia, onde fica a Câmara. Indignados com a indicação de Brazão, as pessoas que aguardavam nas longas filas pela entrada na CPI dos Ônibus e as 50 pessoas que já estavam presentes no salão de reunião protestavam e vaiavam os parlamentares.

Alguns revoltosos que estavam fora da Câmara invadiram o gabinete de Brazão e depredaram e picharam as paredes. Foram pichadas frases como "Ladrão", "CPI do busão", "Isso aqui é a gaiola dos ladrões", "O povo no poder", "Poder popular" e  "Amarildo?".

Quem estava ainda fora exibia cartazes como "Fora Cabral" e "Nem todo mundo tem helicóptero", além de acusar a escolha dos dois parlamentares governistas como "golpe sujo". Os que estavam dentro chegaram a subir nas cadeiras para expressar seu protesto. Os manifestantes ainda querem que o vereador Eliomar Coelho (PSOL), de oposição, assuma uma das duas funções.

Protestos nas diversas ruas do Centro do Rio foram marcados pela tensão e pela repressão policial. Manifestantes ligados ao grupo Black Bloc foram detidos e depois liberados. Um prédio da empresa EBX, de Eike Batista, foi depredado e uma agência bancária foi invadida.

O deputado Marcelo Freixo, seu assessor e outros deputados que tentaram negociação na casa parlamentar foram agredidos ou atacados com gás de pimenta. Um chefe de segurança da Câmara barrou o acesso até da Anistia Internacional.

Dos cinco parlamentares envolvidos na elaboração da CPI, somente Eliomar Coelho havia solicitado sua instalação. Os demais não assinaram o requerimento de dois meses atrás e estão ligados à base de apoio do governador Sérgio Cabral Filho e do prefeito carioca Eduardo Paes.

A CPI dos Ônibus será o primeiro evento do gênero a ter suas reuniões inteiramente filmadas e distribuídas para divulgação nos meios de comunicação. Haverá participação popular, mas até agora não foi divulgada a forma de como se dará essa participação.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

CPI E HADDAD VÃO INVESTIGAR TROCA DE NOMES DE EMPRESAS



COMENTÁRIO DESTE BLOGUE: O que a pintura padronizada é capaz de fazer, acobertando a corrupção das empresas a ponto delas mudarem de nome sem que os passageiros tenham a menor ideia ou, quando muito, eles se tornam os últimos a saber.

Sabe-se que colocar diferentes empresas sob a mesma pintura não traz transparência e, além disso, cria sérios transtornos para a população. Aqui está um exemplo relacionado ao transporte paulistano, relatado pelo jornalista e especialista em ônibus Adamo Bazani.

EXCLUSIVO: CPI e Haddad vão investigar troca de nomes de empresas

Por Adamo Bazani - Blog Ponto de Ônibus

CPI dos Transportes vai investigar denúncia veículada pela CBN que revela que empresas de ônibus com bloqueios judiciais e problemas operacionais mudam de nomes para continuarem os contratos com o poder público e participarem de novas licitações. Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, declarou que vai analisar a possiblidade de impedir a manobra no próximo edital de licitação

Empresas de ônibus com problemas judiciais e de operação trocam de nomes para continuar participando de licitações promovidas pelo poder público. A manobra é comum em diversas cidades. A prática não é ilegal, mas é considerada imoral por especialistas ao permitir que maus empresários continuem atuando no ramo dos transportes. Ainda segundo os especialistas, a manobra, que traz prejuízo aos passageiros, pode ser evitada pelo poder público.

Ouça duas reportagens na Rádio CBN:

INVESTIGAÇÃO DA CPI:

http://cbn.globoradio.globo.com/sao-paulo/2013/08/01/CPI-DOS-TRANSPORTES-VAI-INVESTIGAR-MANOBRA-DE-EMPRESAS-DE-ONIBUS-PARA-PARTICIPAR-DE-NOVAS.htm


DENÚNICA SOBRE ALGUMAS EMPRESAS:

http://cbn.globoradio.globo.com/sao-paulo/2013/08/01/EMPRESAS-DE-ONIBUS-COM-PROBLEMAS-JUDICIAIS-E-DE-OPERACAO-TROCAM-DE-NOMES-PARA-PARTICIPA.htm


Adamo Bazani, jornalista da rádio CBN, especializado em transportes.