quarta-feira, 31 de julho de 2013

A QUEM INTERESSA A PADRONIZAÇÃO VISUAL DOS ÔNIBUS?

Autoridades existem para satisfazer o interesse público, ou seja, o interesse das pessoas que as elegeram. As medidas só deveriam ser tomadas com consulta popular e/ou visando o benefício da população, evitando o mínimo de sofrimento.

Mas como o poder muda mentes, as autoridades, tendo a capacidade de criar leis como quem comanda uma brincadeira de criança, aproveitam isso para estabelecer normas que na verdade só servem para satisfazer interesse próprio e reafirmar ainda mais o doentio vício do poder. A colocação de uniforme municipal em frotas de ônibus, destacando o nome da prefeitura é um dessas normas.

E a quem interessa colocar uma farda em ônibus? A lógica demonstra que nada tem de vantajoso colocar uniforme em ônibus. Ela prejudica quem tem dificuldade ou pressa para pegar o ônibus desejado, dificultando a identificação imediata. Impede a identificação das operadoras, o que transforma a prefeitura numa mediadora perante as reclamações pelas melhorias do transporte. Se as prefeituras errarem, a população perde o direito de fiscalizar diretamente o transporte, pois já não sabe mais quem serve o que em sua cidade. E as empresas, não identificadas, seguem imunes a qualquer tipo de punição, o que favorece muito as piores empresas, "sósias" visuais das melhores operadoras do transporte municipal.

A única vantagem (se é que podemos chamar de "vantagem") é de interesse exclusivo das próprias prefeituras, já que só serve para afirmar que a frota é administrada por tal prefeitura. Muitas vezes serve como "camisa de força" autoritária, como forma de dizer que a prefeitura manda nos ônibus.

E por incrível que pareça, do contrário que muitos pensam, esse aumento de poder das prefeituras sobre os ônibus em nada ajuda a melhorar o transporte. E como a prática em muitas cidades mostra, até piora, pois a população, que conhece realmente os problemas dos transportes (prefeitos não andam de ônibus), fica impedida de fiscalizar diretamente a qualidade de seus ônibus.

Apesar de prefeitos e busólogos (sim, busólogos são a favor de padronização visual, pois enxergam os ônibus como admiradores e não como passageiros usuários do transporte - se é bonito e possante, tá bom, já que a parte operacional dos ônibus não lhes interessa) alegarem que a padronização favorece os passageiros, na prática não se vê isso. Conversando com passageiros, percebe-se que ficou mais difícil pegar ônibus. Muitas empresas omitem a informação das linhas nas partes lateral e traseira, se limitando a dianteira. Se um carro não é visto de frente, ele não é identificado.

Apesar de prefeituras alegarem estar de acordo com o interesse publico, dá para ver que não estão. Essa conversa é justamente para tentar escapar das acusações justas de que estariam fazendo com que os sistemas de ônibus funcionem a gosto próprio, sem saber se estão ou não beneficiando a população. Eles não andam de ônibus mesmo: o que houver de fracasso não atinge prefeitos e equipe técnica.

E como afirma aquele ditado que diz que "a corda sempre arrebenta do lado mais fraco", prefeituras e empresas seguem protegidas por um uniforme que ofusca a transparência, sobrando para a população a pior fatia do bolo: um sistema ruim que só piora cada vez mais, sem perspectiva de melhorias reais.

Com absoluta certeza, este sistema não satisfaz o interesse público. Mas satisfaz o de prefeituras e o de empresas operadoras.

domingo, 28 de julho de 2013

OS DESAFIOS DE SE COMBATER A PADRONIZAÇÃO VISUAL DOS ÔNIBUS

A mania das prefeituras em estipular um uniforme para as frotas municipais (e em alguns governos, as frotas metropolitanas também), conhecida como "padronização visual", ainda não possui uma repercussão negativa perante a opinião pública. A população, sem entender o que acontece, simplesmente aceita numa boa, mesmo sabendo que colocar farda em ônibus gera transtornos cotidianos. Muitos confiam no - suposto - conhecimento técnico de prefeitos e equipe, mesmo sabendo que na política, a especialização técnica não é muito levada em conta.

Mas as coisas são do contrário do que se pensa. Especialistas como o engenheiro de transporte Fernando MacDowell e o radialista e estudioso de transporte Adamo Bazani, já haviam alertado para as desvantagens do fardamento de frotas de ônibus imposto pelos prefeitos.

O bom senso e a lógica só mostram uma única vantagem desse fardamento e que só beneficia os próprios prefeitos: a oportunidade de usar a farda como propaganda das prefeituras. Nenhum passageiro é beneficiado com a colocação de farda nos ônibus, esta uma invenção de Jaime Lerner inspirada nos veículos das forças armadas.

Mas o combate ao fardamento de frotas e o retorno à identificação fácil e rápida de empresas ainda está muito difícil de começar. A falta de uma opinião pública que ajude na repercussão da causa ainda favorece a permanência do fardamento das frotas. Apesar de, além de ficar cada vez mais difícil de pegar ônibus e com o fato da dificuldade de identificar empresas ter favorecido queda nos serviços e muita corrupção nos bastidores, a sociedade ainda não se mobilizou para tentar acabar com esta medida tomada arbitrariamente, sem consultar a opinião pública, tal e qual era nos tempos ditatoriais.

Os poucos que se dispõem a combater a medida devem agir rápido e procurar ao máximo convencer a opinião pública, atraindo-a para a causa. Senão, teremos ainda que engolir as "Cidades de Sicrano" que irão rodar por aí, confundindo as nossas mentes e favorecendo a corrupção política e empresarial.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

"ODIAR" EMPRESA DE ÔNIBUS NÃO É RAZÃO PARA DEFENDER PINTURA PADRONIZADA

VIAÇÃO OESTE OCIDENTAL - Mudança de nome disfarçada de "extinção" de empresa, a atual Rio Rotas não melhorou com a "disciplina" da pintura padronizada.

A indiferença das pessoas que protestam contra a corrupção nos sistemas de ônibus nas grandes cidades quanto à validade da pintura padronizada é algo que preocupa, porque a pintura padronizada é um dos motivos que mais estimulam a camuflagem que aumenta ainda mais a corrupção nas empresas de ônibus.

Há quem ache, com evidente ingenuidade, que a pintura padronizada, na qual se destaca o logotipo da prefeitura ou do órgão estadual - no caso de linhas intermunicipais - , resolveria a corrupção nos sistemas de ônibus, pois a respectiva Secretaria de Transportes (municipal ou estadual) atuaria como espécie de "xerife" para reprimir os abusos das empresas de ônibus.

Além disso, a pintura padronizada seria uma forma das pessoas expressarem seu "horror" e "ódio" às empresas de ônibus, confundindo a natural indignação com seus abusos com uma histeria moralista e hipócrita, porque isso em si não resolve para combater a corrupção e outros problemas do setor.

Querer esconder uma empresa de ônibus ruim com uma pintura padronizada achando que isso irá "castigá-la" por seus abusos contra a população é uma ideia tão fantasiosa quanto achar que ladrões e estupradores, por serem muito feios, devam aparecer sempre encapuzados, dispensando qualquer urgência de fazer o retrato falado dos criminosos.

O poderio dos cartéis de empresas de ônibus pode não ser resolvido pela diversidade visual. Isso é óbvio. Mas quem pensa que a pintura padronizada resolve o problema, está enganado. Ela torna o que está ruim cada vez pior. E é o que se vê no sistema de ônibus do Rio de Janeiro implantado depois de 2010.

Pelo contrário. Se a coisa estava ruim, se havia cartéis, empresas de ônibus ruins, ônibus em péssimo estado de conservação etc, a coisa piorou com a pintura padronizada, porque esta se tornou um "véu" que tornou a corrupção de antes ainda mais escancarada.

Mesmo empresas que antes eram boas, como Matias, Real e Braso Lisboa, hoje mostram ônibus sucateados, e existe uma torcida para que o corrupto e demagogo governador fluminense Sérgio Cabral Filho "padronize" as frotas intermunicipais controladas pelo DETRO para proteger a Transmil (empresa ruim controlada por "peixes grandes") sob uma licitação de fachada e pintura padronizada.

Isso é óbvio. Empresas de ônibus diferentes mostrando a mesma pintura, pouco importando pequenos detalhes técnicos, só permitem a corrupção. As empresas ruins apostam nesta medida para se "esconderem" debaixo de empresas boas. Além disso, não se sabe quando uma empresa boa pode ficar ruim de repente, e por isso não adianta "odiar" uma empresa por si só.

Isso porque, mascarando empresas ruins com a pintura padronizada, fica mais difícil fiscalizar e denunciar. Com a pintura padronizada, os empresários de ônibus mais corruptos agradecem, e o Estado torna-se cúmplice dessa corrupção estimulada por esse "baile de máscaras".

terça-feira, 16 de julho de 2013

PINTURA PADRONIZADA ACOBERTA CORRUPÇÃO DOS ÔNIBUS CARIOCAS


A pintura padronizada nos ônibus está revelando uma medida bem mais nociva do que sugere, para os passageiros comuns, quando empresas cariocas como Auto Viação Tijuca e Real Auto Ônibus, ou City Rio Turística e Rodoviária A. Matias, apresentam agora a mesma pintura.

Mais do que confundir passageiros de ônibus, a pintura padronizada estaria servindo de "véu" para a corrupção que acontece no setor, e cujas revelações dos bastidores mostram uma realidade gritante, em que políticos, empresários de ônibus e até mesmo a "máfia das vans" se beneficiam neste esquema corrupto.

Beneficiadas com a camuflagem da pintura padronizada, a cartelização das empresas de ônibus era até anterior a isso. Mas se o sistema de ônibus antes de 2010 não demonstrava muita transparência e apresentava irregularidades, ela se tornou cada vez mais grave sob esse "baile de máscaras" imposto sem consulta pública pelo prefeito carioca Eduardo Paes.

Eduardo Paes, ele mesmo, é casado com a filha de um dos barões dos ônibus do Grande Rio. Além disso, Sérgio Cabral Filho também tem alianças com empresários de ônibus e a corrupção do sistema em todo o Estado do Rio de Janeiro se agrava quando o "véu" da pintura padronizada torna pior o que está ruim, onde o logotipo de cada prefeitura camufla a empresa de ônibus irregular.

A formação dos cartéis de empresários de ônibus, a "máfia das vans", as irregularidades nas documentações dos ônibus, o troca-troca de empresas por debaixo da pintura padronizada - a linha 673 Méier / Lucas foi um caso recente de linha, e a Viação Saens Peña de mudança de nome, virando Viação N. Sra. das Graças -  e até mesmo irregularidades do DETRO mostram que o sistema de ônibus fluminense trafega num mar de lama.

Existe até mesmo a briga da Transportes Paranapuan - dona de um dos ônibus que caiu no Viaduto Brigadeiro Trompowsky, em Bonsucesso, matando nove pessoas - com o consórcio Internorte, o qual integra, tempera essa situação escandalosa que deixa os passageiros de ônibus completamente inseguros.

Muitos sentem saudades de outros tempos em que o sistema de ônibus do Rio de Janeiro pode não ter sido a perfeição sobre rodas, mas pelo menos tinha qualidades de sobra para ser, então, uma referência de transporte coletivo para o país.

Hoje, a coisa é extremamente contrária, sendo o sistema de ônibus fluminense um dos mais vergonhosos do país. Juntamente com Curitiba, São Paulo e outras cidades que apostam nesse "baile de máscaras" que encobre toda falcatrua que está por trás dos ônibus que o povo pega.

domingo, 14 de julho de 2013

PARANAPUAN DEIXA CONSÓRCIO INTERNORTE DE SAIA JUSTA

O CRÉDITO DA FIGURA FALA NA PARANAPUAN, MAS NÃO INFORMA QUE O ÔNIBUS DE TRÁS É DE OUTRA EMPRESA.

Pintura padronizada gera problemas e poucos se dão conta disso. Até mesmo a imprensa, não só no Rio de Janeiro, como em outras cidades, a confusão de empresas faz com que se credite apenas o nome da paraestatal controladora - como SPTrans, em São Paulo, e URBS, em Curitiba - em vez de "filosofar" sobre o nome de cada empresa.

Até mesmo a reportagem recente do jornal O Globo, vendo uma foto com dois ônibus, só creditou o ônibus da frente, devido à notícia apresentada. Mas quem não sabe das coisas vai pensar que o ônibus de trás também é da Paranapuan, quando é de outras empresa que opera na Ilha do Governador, a octogenária Viação Ideal.

A notícia em questão mostra o quanto é complicada essa questão de consórcios. A "novidade" foi anunciada como se fosse a pedra de salvação para o sistema de ônibus do Rio de Janeiro, mas fez o que estava bom ficar ruim e o que estava ruim ficar pior. Se, mesmo sendo referência para o país, o sistema de ônibus do Rio de Janeiro antes de 2010 não era perfeito, hoje está um desastre.

A Transportes Paranapuan decidiu entrar com ação na Justiça pedindo a prestação de contas do consórcio Internorte, do qual faz parte. O advogado Gustavo Kloh, afirma que não existe transparência na gestão do transporte coletivo no Rio, acusação que o secretário de transporte Carlos Roberto Osório se omitiu em responder. "São assuntos internos do consórcio", disse.

Há dois anos ocorrem tais desavenças entre a Paranapuan e a Internorte. Isso poucos meses depois da implantação do sistema, em 2010. Entre as questões, estão os bloqueios de receitas que o consórcio, vinculado à Prefeitura do Rio de Janeiro, fizeram contra a Paranapuan, e a desinformação que a empresa tem sobre direitos de receber verbas para manutenção e renovação de frotas e serviços.

A corrupção do sistema de ônibus do Rio de Janeiro implantado em 2010 foi observada em parecer do Tribunal de Contas do Município que investiga os consórcios formados. Foi constatado que o sistema de ônibus implantado não oferece credibilidade.

Técnicos viram diferenças nos valores de lucro das empresas declarados pela prefeitura (R$ 69,4 milhões) e pelo sindicato patronal (Rio Ônibus) (R$ 77,1 milhões), das quais nenhuma das partes se encorajou a explicar.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

PINTURA PADRONIZADA PODERIA FAVORECER TRANS1000

COMENTÁRIO DESTE BLOGUE: A pintura padronizada é um problema subestimado pela opinião pública, até pelos mitos de "organização" e de "transparência" (neste caso, sem o menor fundamento prático) que cercam a medida. Mas empresas diferentes exibindo a mesma pintura, independente de detalhes pequenos ou específicos, confunde os passageiros comuns e favorece a corrupção político-empresarial.


Pintura padronizada poderia favorecer Trans1000


Do blogue Fora Trans1000

Imagine se houvesse a pintura padronizada nos ônibus intermunicipais?

Veja o arquivo acima, com seis fotos. Imagine a pintura padronizada a ser adotada, seja como for, mesmo com logotipo de empresa pequenininho na janela ou nas laterais, e se verá tudo igualzinho.

Empresas como Caravelle, Nossa Senhora da Penha e Evanil têm um padrão de serviço bem melhor que o da Transmil.

Com a pintura padronizada, a Transmil será "protegida" pela semelhança visual que terá com as empresas boas.

A gente faz campanha contra a pintura padronizada nos ônibus e pouca gente entende, mas é isso que está causando a corrupção que vemos no sistema de ônibus do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo.

Uma roubalheira de fazer qualquer assaltante ficar de queixo caído.

Tem gente que pensa que pode haver sistema de ônibus honesto com pintura padronizada, quando ela é que mascara as coisas.

Não tem essa de "critérios técnicos"!!

Mesmo os critérios pintura por trajetos, consórcios e tipos de ônibus, como "alimentadores", "interbairros", "biarticulados", "consórcio A" etc, são fachada para a corrupção que se esconde na medida em que as empresas de ônibus não exibem mais a identidade visual.

E o maior medo é que, com a máquina de corrupção de Sérgio Cabral Filho, a Transmil seja beneficiada por essa licitação de fachada.

Imagine. Digamos que a Transmil seja aparentemente extinta, mude seu nome para Viação Santa Gorgonzola, por exemplo, e tudo fique como está, com a pintura padronizada que a faz igual à Evanil, Nossa Senhora da Penha, Flores, Caravele e Mageli.

No começo vai ter Pégaso, Pavunense e Vera Cruz (RJ 112) dando carrinho semi-novo para a "Santa Gorgonzola", tudo vai parecer legal com a Santa Gorgonzola operando a 003, 005 e 479 com ônibus quase novos, com o logotipão do DETRO aparecendo mais do que o nome da empresa.

Aí vai ter um monte de foto no Ônibus Brasil. Tudo nas maravilhas durante uns dois meses.

Até que depois volta tudo ao que era. Mas aí o povo de Mesquita e Nilópolis, e por vezes de Nova Iguaçu e Belford Roxo, não vai poder reclamar, porque a Santa Gorgonzola, alter ego da Transmil, está com a pintura do DETRO igualzinha à da Evanil, Flores, Caravele, NS Penha etc.

E aí a roubalheira fica pior ainda. Tal qual acontece em São Paulo. E será pior ainda porque terá a máscara da pintura padronizada. Será que vamos aceitar isso?

quarta-feira, 10 de julho de 2013

ÔNIBUS EM SP: FALTA DE TRANSPARÊNCIA ATÉ EM ELEIÇÃO SINDICAL



Empresas com pintura padronizada "puxam" toda a lógica politiqueira desse modelo de sistema de ônibus. Uma lógica de uma administração militarizada das secretarias de transporte, aliadas a uma rotina opressiva de motoristas e cobradores (e, sobretudo, de motoristas-cobradores), e de uma visão tecnocrática de mobilidade urbana que hoje se encontra em crise.

Isso favorece também a corrupção dos bastidores. Afinal, sob o manto das diferentes empresas de ônibus que exibem a mesma pintura - e de mesmas empresas de ônibus com frotas "rachadas" em diferentes visuais conforme a região de bairros, de municípios e o tipo de ônibus adotados - , a corrupção rola solta, não somente entre empresários, mas também nos sindicatos.

Há tempos esse sistema de ônibus existe em São Paulo e foi implantado pela ditadura militar pelo então prefeito paulistano Olavo Setúbal, hoje falecido, também poderoso banqueiro, dono do Itaú e, como político, era ligado ao hoje tucano Paulo Egydio Martins, também ex-prefeito paulistano e que havia sido ex-presidente da UNE durante o breve período de comando udenista na entidade, nos anos 50.

O sistema paulistano, que inspirou diretamente o carioca - implantado em 2010 - , já amarga uma longa crise na qual tecnocratas, na prática, tentam arrumar soluções que não precisem resolver o problema (afinal, o sistema em si é que é o problema). Só agora surge uma corrente que começa a pensar em liquidar esse sistema, também inspirado no padrão que Jaime Lerner lançou em Curitiba, também durante a ditadura militar.

Pois o esquema se caraterizou pela extinção de uma estatal, a histórica CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) e na substituição da mesma por uma paraestatal (SPTrans) que "engoliu" as empresas particulares que passaram a usar uma pintura padronizada, a princípio sob critério de zonas, depois sob o critério de consórcios.

Isso permitiu a corrupção que acontece nas empresas de ônibus que, de tão mascaradas, fazem com que até mesmo a mídia televisiva não consiga identificar qual empresa envolvida em um incidente, por exemplo. Tudo fica sendo "SPTrans". Mas, do lado de jornalistas sérios como Adamo Bazani, da rádio CBN, a ocorrência de corrupção não é segredo algum.

Há tempos Bazani alerta para a corrupção que existe nas empresas de ônibus do Consórcio Leste, que serve a Zona Leste paulistana. Ela equivale mais ou menos ao consórcio Internorte carioca, no sentido de servir a uma região suburbana de porte médio, e o histórico de corrupção que permite manipulações ligadas à personalidade jurídica das empresas.

Não bastando isso, a corrupção sindical, em São Paulo, envolve um histórico que inclui até mesmo assassinatos. Algo que, no Rio de Janeiro, já ocorre com o sistema de vans. A pintura padronizada esconde a personalidade jurídica, criando, nos passageiros, um "véu" para as irregularidades cometidas por empresários, rodoviários e autoridades, ou até mesmo tecnocratas.

Não vamos detalhar aqui o caso de Jaime Lerner, o suposto "progressista" da mobilidade urbana, academicamente ligado ao ex-ministro da ditadura Flávio Suplicy de Lacerda (que tentou destruir o movimento estudantil), mas de fato ele foi um político reacionário dedicado a desmontar os serviços públicos com uma fúria privatista que ignorava necessidades trabalhistas e restrições legais.

Portanto, a greve que ocorre hoje em São Paulo, deixando os passageiros "na mão", é fruto da corrupção que ocorre até mesmo nos sindicatos dos rodoviários. E toda essa roubalheira é protegida pela pintura padronizada que veta as identidades das empresas de ônibus.

E essa roubalheira ocorre de tal forma que nenhum nome ou logotipo de empresa em tamanho minúsculo colocado na lataria, nos letreiros digitais ou nas janelas irá tornar o serviço de ônibus mais transparente. Porque a máscara continua, a permitir a corrupção às costas do povo.

terça-feira, 9 de julho de 2013

PADRONIZAÇÃO VISUAL ESTIMULA POLUIÇÃO VISUAL

Contrariando os mitos que os defensores da padronização visual dos ônibus tanto dizem, a padronização visual dos ônibus brasileiros praticamente estimula a poluição visual dos ônibus, desnorteando os passageiros mais comuns.

É bom deixar claro que nem todo mundo tem essa facilidade quase automática de busólogos-pelegos em reconhecer os ônibus até na cabra-cega ou no amontoado de empresas diferentes com a mesma pintura.

Temos gestantes, idosos, deficientes físicos, que não podem ter a atenção para diferir, nas ruas do Rio de Janeiro, o que é uma Acari ou uma Matias, uma Bangu ou uma Pégaso, uma Braso Lisboa ou uma Real, uma Caprichosa ou uma Futuro. Da mesma forma que existem semi-analfabetos que reconhecem a empresa pela cor e se confundem facilmente.

Mas mesmo pessoas com muitas tarefas para fazer, de office-boys cheios de documentos e carnês para pagar até professores com aulas complexas para preparar para os alunos, que podem reconhecer facilmente um ônibus, não deixam de estarem sujeitos à confusão.

Só que não se trata de apenas confundir o visual padronizado. A questão piora cada vez mais quando se vê que as informações de consórcio, do complexo e confuso número do carro - em que um B75560 pode ser confundido por um D87560, ou um D53565 por um D58565 - e do nome da empresa em letras miúdas.

Em São Paulo, no entanto, a poluição envolve o logotipo do consórcio, o nome miúdo da empresa e outras informações que são amontoadas no ônibus, de forma a não serem reconhecidos de longe pelo passageiro.

A única coisa que se reconhece, dessa "salada" de palavras e números, é o logotipo da prefeitura da capital paulista, que é o propósito maior dessa padronização visual: criar uma imagem que não é a da empresa que serve a linha, mas a do poder político que intervém, de forma autoritária e tecnocrática, no transporte coletivo, sem benefícios reais para os passageiros.

sábado, 6 de julho de 2013

NÃO HÁ ARGUMENTO RACIONAL PARA A PADRONIZAÇÃO VISUAL


COMENTÁRIO DESTE BLOGUE: Mesmo medidas paliativas como as da foto acima, com empresas niteroienses exibindo nome de empresa na janela ou no letreiro digital, não são suficientes para permitir a identificação da empresa dificultada pela pintura padronizada, não havendo qualquer motivo técnico ou de outra natureza que justifique que diferentes empresas tenham a mesma pintura.

Padronização Visual é um erro tão grande que não existe argumento a favor que seja racional e convincente

Do blogue Imobilidade Urbana

A praga de uniformizar os ônibus como se fossem carros oficiais de prefeituras continua. A falta de informação e a incompetência de prefeitos do país todo os fazem tomar a decisão arbitrária de colocar uniformes nos ônibus, fazendo-os todos iguais e escondendo a identidade de empresas, dificultando a vida de passageiros e favorecendo um monte de irregularidades, usando os ônibus como out-door móvel dos interesses das prefeituras.

Quando se tenta protestar contra essa uniformização visual, seja através de ações na justiça, ou simples reclamações pela internet, os defensores da padronização visual lançam mão de argumentos chochos, subjetivos e nada convincentes, dando a entender que a adoção da medida teve decisão nada técnica, passional e sem pesquisas que provem a sua - de fato inexistente - vantagem. Muitos se limitam ao "mantra": "organiza mais", que além de não fazer sentido e de não justificar nada, é uma mentira que a prática prova o contrário, já que dificultando a identificação clara de empresas, fica mais fácil bagunçar o sistema de transportes. A inviabilidade da medida é facilmente provada e comprovada pela incapacidade de justificá-la de maneira lógica e racional.

A colocação de uniformes nas frotas de ônibus é totalmente desvantajosa. Uma medida que está sendo adotada por puro modismo e que nada trás de benefício nem as empresas e nem aos passageiros. É uma propaganda enrustida de prefeitos, além de ser uma apropriação não assumida das frotas de ônibus, que se comportam como se fossem propriedade das gestões municipais (ou estaduais, como ocorre em MG e SP).

A encampação mostrou-se um fracasso nas décadas passadas e essa uniformização tem quase todas as características de uma encampação enrustida que cada vez mais se mostra tão falha quando as fracassadas tentativas do passado. Como a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, quem perde é o passageiro, cada vez mais silenciado nessas pequenas ditaduras municipais que ignoram que vivemos em uma democracia federal, tomando decisões sem consulta popular, possivelmente pelo fato de que prefeitos se acham mais "inteligentes" do que qualquer cidadão, o que a prática mostra que não é verdade.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

PADRONIZAÇÃO VISUAL NÃO TRAZ VANTAGEM ALGUMA


Por Alexandre Figueiredo

Que vantagem tem colocar diferentes empresas de ônibus com o mesmo visual? Disciplina? Nada disso! Essa ideia é tão patética quanto dizer que as pessoas serão mais dignas se forem fardadas.

Nesse modismo da "mobilidade urbana" adotado por autoridades em várias partes do país, seguindo um modelo adotado no auge da ditadura militar pelo arquiteto Jaime Lerner, a malandragem política se junta ao mais preocupante reacionarismo busólogo, dentro de círculos de poder viciados em que poucos têm coragem de dissolver, visando preservar o status quo.

Enquanto isso, os passageiros precisam dobrar a atenção para não pegar ônibus errados. É tolice dizer que o passageiro só pega o ônibus quando o recebe pela dianteira, reconhecendo a bandeira do número da linha. E a medida de padronizar as empresas de ônibus em cada cidade, além de causar sérios transtornos, traz diversos prejuízos técnicos, financeiros e sociais.

Não é preciso detalhar que Curitiba, a cidade que lançou essa medida, planejada no mesmo período do governo do general Emílio Garrastazu Médici, vive o declínio desse modelo, assim como São Paulo, uma das cidades que implantaram o mesmo modelo, também no período da ditadura, mas numa época posterior.

E, no Rio de Janeiro, a decadência segue a olhos vistos, mas como é uma "novidade", deixam-se os problemas ocorrerem porque eles não são muito claros e as autoridades e adeptos - sobretudo alguns busólogos dotados de intolerância e desespeito humano - ainda gozam de algum "prestígio" e visibilidade.

Não é só a padronização visual que é o problema maior. Ele é, traz desvantagens, mas o "novo modelo" também inclui, em seu "maravilhoso" pacote, a exploração exaustiva e cruel do trabalho dos rodoviários, e o poder concentrado das Secretarias de Transporte, na prática a "dona" e não a concessora de serviço, confundindo regular com chefiar, acumulando mais poder político e assumindo menos responsabilidades.

Nos últimos meses, acidentes com ônibus ocorrem no Rio de Janeiro que põem em xeque todo esse modelo prestas a ser apresentado em 2014 e 2016. Seus defensores, tomados da mais cega arrogância, acham que tudo é culpa dos rodoviários e do povo que "não sabe pegar ônibus". O que se vê nos fóruns de busologia no Facebook, no Orkut e no portal Ônibus Brasil é de arrancar os cabelos. Há busólogos que ainda parecem viver nos tempos de carro de boi nos latifúndios da República Velha...

PADRONIZAÇÃO É SEGREGAÇÃO SOCIAL

Não custa repetir. A padronização visual, a uniformização de pintura nos ônibus, nada tem a ver com ética nem com transparência. Pelo contrário, a medida claramente inime qualquer transparência, porque camufla as empresas de ônibus, desprovidas de sua identidade visual.

Isso confunde passageiros que não podem ver os nomes pequeninos que se reduziu a apresentação de cada empresa. Num comboio de vários ônibus de diferentes empresas mas de um mesmo consórcio, os passageiros precisam abrir mão de seus afazeres pessoais para "prestar mais atenção" no ônibus que pegar, para evitar pegar o ônibus errado.

É, infelizmente, como aquele ditado diz: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Ou o cidadão cheio de afazeres identifica o ônibus certo, ou perde o horário, ou embola os compromissos. Dá para perceber que esses dramas - para não dizer os vividos por doentes, idosos, gestantes e sub-escolarizados - não são vividos por busólogos "bem de vida", cuja grande visibilidade não condiz com sua agressividade e arrogância e pelo fato de que eles quase nunca usam ônibus, só os admiram por fora.

A padronização visual, além de não ter a menor funcionalidade - nem a Lei de Licitações, 8.666./93, possui qualquer texto que determine ou defenda esta medida - , não garante transparência nem disciplina. E ainda por cima sobrepõe a imagem não da empresa licitada, mas do poder que a concede, o que, na prática, é uma intervenção estatal disfarçada de "licitação". Mera propaganda de prefeituras ou governos estaduais.

Ela não traz transparência, porque oculta do público comum a apresentação da empresa de ônibus que serve determinada linha. Não há a apresentação da identidade visual que facilite a atenção do passageiro comum. E, com isso, a empresa, sem zelar por sua imagem própria, também perde a autonomia, devido ao poder autoritário do secretário de transportes de plantão.

Isso não traz disciplina. O Estado manda demais no transporte coletivo. Os passageiros são obrigados a dobrar a atenção antes de pegar um ônibus. E nem pense que os busólogos mais espertos são imunes a essa desatenção. Se eles se acham "imunes", é porque não andam de ônibus. Andam de carro pelas cidades e fotografam os ônibus.

Eu mesmo, com toda a atenção que tenho com o sistema de ônibus, capaz de memorizar rapidamente as linhas e as empresas, já confundi, quando estava em Bento Ribeiro, no ponto de ônibus em frente aos Supermercados Extra, um ônibus da Pavunense da linha 779 com o da Vila Real da linha 378. Eu estava para pegar o 378, na ocasião.

Imagine se eu pegasse o 779 e, em vez de ir ao Castelo vou para Madureira, perdendo tempo e dinheiro. Claro, o culpado sou "só eu". O busólogo "dono da verdade", não, porque ele não anda de ônibus. Se andasse, num dado momento ou outro teria pego um ônibus errado.

Ninguém fica ocioso sempre só para prestar atenção em ônibus. Às vezes - aliás, muitas vezes -  nos ocupamos em outros afazeres. Se temos muitas contas para pagar em banco, ainda temos que dobrar a atenção para ver se, na Av. Pres. Vargas, no Rio de Janeiro, um ônibus é da Acari ou Verdun, ou se é Matias, City Rio ou Ideal?

Isso ainda é pouco. Imagine uma empresa de ônibus que opera em várias cidades e  tem vários tipos de ônibus (por exemplo, um "cabrito", ou seja, convencional, outro articulado e outro midi), que precisa gastar mais tinta e plotagem para ter várias pinturas, em vez de adotar uma identidade só. O gasto sobrecarrega as despesas da empresa, e não raro se desvia o dinheiro que seria usado para a manutenção dos ônibus ou o pagamento de funcionários.

A padronização é uma imposição de autoridades que não querem saber de diversidade social. é um resquício de políticas fascistas de triste lembrança na Itália, Alemanha e África do Sul, também tomadas da mesma "racionalidade" de Eduardo Paes e Alexandre Sansão, a partir da experiência de Jaime Lerner aplicadas em Curitiba e outras cidades.

Para uma cidade marcada pela coisificação do homem pela grande mídia, e quando internautas troleiros não têm a menor noção de suas identidades, já que vários deles não passam de fakes a assombrar com humilhações e gozações qualquer um que fale em cidadania fora da palavra padronizada dos palanques.

E o reacionarismo troleiro já dá uma amostra do quanto padronizar visualmente é uma medida reacionária, até mesmo pelo perfil de seus adeptos mais radicais...

terça-feira, 2 de julho de 2013

PADRONIZAÇÃO FAZ BLOGUE CONFUNDIR EMPRESA DE ÔNIBUS


A padronização visual dos ônibus do Rio de Janeiro causa tanto prejuízo que até mesmo um blogue sobre notícias da Cidade Maravilhosa confundiu a empresa da foto, ao divulgar uma notícia de uma indenização por acidente.

O blogue Informativo Rio, conhecido dos internautas cariocas, publicou uma notícia de uma sentença determinando à Rodoviária Âncora Matias a indenizar uma passageira por causa de um acidente causado por um freio brusco.

No entanto, a foto exibida corresponde a um ônibus da Auto Viação Três Amigos (ver abaixo), código 445xx. O da Matias é 255xx. Embora a Três Amigos e a Matias circulem em áreas comuns, como Méier, Saens Peña, Maracanã e Vila Isabel, até mesmo os tipos de ônibus que elas usam são diferentes, sendo a Três Amigos normalmente voltada para ônibus mais curtos.

Mas a padronização visual cria uma pintura só que pouca diferença faz se são ônibus longos ou curtos. Em certos casos, até carrocerias podem ser confundidas. Certos busólogos acham frescura essa confusão, seguros de suas informações técnicas, mas até eles podem se confundir ao pegar um ônibus. Só que raramente um busólogo pega ônibus, ele admira os ônibus de fora.

As pessoas comuns, com tantas ocupações e preocupações, é que não têm tempo para saber se o ônibus Internorte é Matias ou Três Amigos, Acari ou Madureira Candelária, Caprichosa ou Rubanil etc. Isso é o transtorno que certas pessoas não admitem e se irritam com isso. Tem gente que é egoísta e, pior, ainda fala em "defesa do interesse público". E a coisa vai mal no sistema de ônibus do Rio.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

PINTURA PADRONIZADA ESCONDE MUDANÇA DE EMPRESA


Muitos acham frescura a nossa defesa da identidade visual de cada empresa, achando que isso é simples propaganda. Não é. A identidade visual, embora possa representar uma propaganda da empresa para seu público, tem muito mais a ver com as responsabilidades que a empresa assume para seus passageiros.

A pintura padronizada, com toda a retórica de "disciplina" e "organização" que está por trás, é que cria uma camuflagem para cada empresa de ônibus, o que acaba complicando a vida dos passageiros, porque a transparência que tanto se atribui para a "pintura única" ou pintura padronizada simplesmente NÃO EXISTE.

Uma prova disso é a foto acima, sobre a mudança de nome da Viação Saens Peña, do Rio de Janeiro, para Viação Nossa Senhora das Graças (ou simplesmente Graças). Na frota rodoviária, que mantém a identidade visual, a mudança é percebida com muita facilidade.

Já no caso da frota urbana, que mantém a pintura padronizada, a mudança não é percebida. Para piorar, usamos fotos do mesmo autor, Michel Soares, e tiradas num mesmo lugar do centro do Rio de Janeiro, para sentir que tudo parece absolutamente igual.

Portanto, a tão alardeada "transparência" não se observa. A mudança foi feita às escuras. O passageiro comum sai mais uma vez lesado, o que comprova que a pintura padronizada não traz vantagens concretas para a população.

SEM QUERER, INTERNAUTA DENUNCIA CONFUSÃO DA PINTURA PADRONIZADA


No Facebook, um exemplo comprova o caráter de confusão que é a pintura padronizada nos ônibus, um dos principais fatores que estimulam a corrupção político-empresarial que está na pauta dos protestos populares das últimas semanas em todo o país.

Kaique Silva, lendo uma foto publicada pelo jornalista e especialista em transporte coletivo e mobilidade urbana, Adamo Bazani - do portal Ônibus Brasil e da rádio CBN, além de fazer o Blog Ponto de Ônibus - , sobre um novo carro de uma empresa de Fortaleza, não hesitou em perguntar, em internetês, a frase "De que empresa é, você sabe?".

Isso comprova o equívoco que é colocar diferentes empresas de ônibus para exibir uma mesma pintura. É lamentável que haja pessoas que não conseguem entender isso, metidas a sabichonas do transporte coletivo. Neste caso, a ignorância dos cidadãos comuns fala melhor do que a pretensa sabedoria de uns poucos que acham que podem identificar uma empresa sob pintura padronizada.

Isso até que algum desses "sabichões" confunda, no ponto da Rua Primeiro de Março, no Rio de Janeiro, um ônibus da 328 pensando ser o da 378 e morrer na queda do ônibus em que embarcou, numa queda de um viaduto.