terça-feira, 24 de dezembro de 2013

ARACAJU A UM PASSO DE ENCERRAR A PINTURA PADRONIZADA NOS ÔNIBUS

O sistema de ônibus de Aracaju, na contramão dos modismos tecnocratas das capitais brasileiras, está a um passo de dar fim à pintura padronizada, medida remanescente da ditadura militar que, através da franquia do arquiteto Jaime Lerner - que havia sido prefeito de Curitiba quando implantou a medida, em 1974 - , tornou-se o carro-chefe de muitos governos municipais.

Depois da entrada da Viação Atalaia, com sua pintura personalizada levemente inspirada no serviço SIT de Recife - que não adota pintura padronizada, apenas lança uma pintura própria do serviço integrado SIT, a exemplo dos antigos Metrô-Ônibus do Rio de Janeiro e do Grande Circular de Salvador, apenas parcialmente adotado pelas empresas envolvidas - , duas outras empresas se empenham em desenvolver identidades próprias.

As empresas Capital e Modelo (não confundir com as homônimas soteropolitanas), do grupo cearense Fretcar, estão lançando um concurso para criar novas pinturas, com a disposição de criarem novas identidades visuais.
LOGOTIPOS DAS EMPRESAS DE ARACAJU, QUE LANÇAM CONCURSO PARA NOVAS PINTURAS PERSONALIZADAS.

As novidades apontam uma tendência de Aracaju encerrar a pintura padronizada, mesmo quando ela adota um critério menos confuso, que é o de diferenciar as cores por cada empresa, como já ocorreu em Florianópolis, ainda ocorre em São José do Rio Preto e São José dos Campos (ambos do interior paulista) e será implantado em Vitória da Conquista, no interior da Bahia.

Falando em Florianópolis, cabe destacar que a capital catarinense foi a primeira a abolir a pintura padronizada em todo o Brasil, além de romper com o tabu de que não se pode adquirir ônibus articulados ou de piso baixo sem abrir mão da pintura padronizada.

Portanto, é uma modesta capital do Nordeste que poderá trazer os novos ventos que poderão transformar os paradigmas de mobilidade urbana e transporte coletivo ainda vigentes, marcados por muito sensacionalismo e pouca funcionalidade.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

PINTURA PADRONIZADA DIFICULTA IDENTIFICAR IMAGEM DE ÔNIBUS ENVOLVIDO EM ACIDENTE COM ATRIZ DA GLOBO


A atriz Mariana Cortines, que havia participado do seriado Malhação, da Rede Globo, e estava no elenco de uma peça de teatro, sofreu ontem um grave acidente de carro quando estava na carona com amigos numa rua da Gávea, na Zona Sul do Rio.

O acidente ocorreu quando um ônibus avançou sobre o carro. O ônibus, cuja empresa não foi identificada pela imprensa, teria avançado o sinal de trânsito. Mariana sofreu traumatismo craniano e corte no fêmur, e havia realizado cirurgia depois que foi internada, em estado grave.

Numa pesquisa na Internet, chegou-se à foto do ônibus que se envolveu no acidente que deixou gravemente ferida a atriz Mariana Cortines, que fez parte do elenco do seriado Malhação, da Rede Globo de Televisão.

O ônibus é da Marcopolo Torino 2007, num comprimento semi-curto, e há três palpites sobre a empresa que teria sido, já que ela não foi creditada nas reportagens pesquisadas: Real Auto Ônibus, Auto Viação Alpha e Empresa de Transportes Braso Lisboa.

A resolução da imagem não foi suficiente, ainda, para identificar o código numérico da empresa. Daí a grande dificuldade de reconhecer uma empresa, com a pintura padronizada.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

ÔNIBUS EXECUTIVOS CARIOCAS RECEBEM PINTURA PADRONIZADA COM LATARIA DANIFICADA

O sistema de ônibus do Rio de Janeiro está um horror. Praticamente todas as empresas de ônibus apresentam algum carro sucateado, rodando com a lataria amassada, com a estrutura sacolejando e em muitos casos com arranhões sérios e letreiros digitais apagados na lateral e na traseira.

Na última segunda-feira, eu mesmo pude conferir e seria chover no molhado fotografar os urbanos, mas o problema acontece também com os ônibus rodoviários, como se vê nas fotos que eu tirei na Av. Rio Branco.

Três das quatro fotos correspondem ao ônibus da Real Auto Ônibus, agora conhecida como Premium Auto Ônibus, mas isso não faz diferença com a pintura padronizada, que no caso dos executivos confunde ainda mais os passageiros pelas cores serem rigorosamente as mesmas, só havendo uma faixinha que indica a cor do consórcio.

A outra foto, que mostra um ônibus inteiro por trás, corresponde à Viação Pavunense. O carro da Premium / Real é C41870 (consórcio Transcarioca) e o da Pavunense, B32803 (consórcio Internorte), apesar da letra não ter sido colocada na traseira, como se observa.

Os dois ônibus apresentam lataria amassada e rodam com a estrutura sacolejante. Só receberam a tinta da pintura padronizada, mas rodam sem ter feito uma manutenção prévia. Quando muito, os ônibus só teriam recebido uma lavagem, porque aí seria demais.

No entanto, o estado de cada ônibus é suficiente para comprovar o quanto está decadente o sistema de ônibus carioca adotado desde 2010. Os ônibus se destinam principalmente aos turistas, que poderão ser afetados com possíveis acidentes. E o pior é que tem gente que não aceita ouvir a verdade, e não quer que tais denúncias sejam feitas.

Mas os passageiros, que percebem melhor as coisas, estão notando a decadência, que gerou até tragédias, e não há como esconder esse drama. Portanto, quem não gosta de ouvir tais denúncias, seria melhor morder a língua.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

DEFENSORES DA PINTURA PADRONIZADA NOS ÔNIBUS DO RJ DÃO PÉSSIMO EXEMPLO DE CIDADANIA

O que certos defensores de um modelo oficial de "mobilidade urbana" fazem em detrimento da verdadeira cidadania.

Hoje de manhã, dois funcionários da Câmara Municipal do Rio de Janeiro haviam recebido panfletos que estavam sendo distribuídos à população na Praça Floriano, na Cinelândia, e que questionava a pintura padronizada nos ônibus, medida que está causando sérios prejuízos aos passageiros de ônibus da Cidade Maravilhosa.

Ao receberem os panfletos, os dois funcionários (ou parlamentares, mas para todo efeito considerarei apenas "funcionários"), que estavam em um ponto de ônibus - provavelmente para esperar um táxi - , ficaram irritados e amassaram os exemplares, jogando-os no chão por puro esnobismo.

Os funcionários devem ser ligados à bancada governista de Eduardo Paes e Sérgio Cabral Filho, pela atitude que fizeram com os panfletos, mas eles deveriam prestar atenção para a lei da Prefeitura do Rio de Janeiro que proíbe as pessoas de jogarem lixo no chão.

Acreditando na impunidade, certamente os dois funcionários não fazem muito caso se estão infringindo a lei ou não. Mas deram seu péssimo exemplo de cidadania. Além de defenderem a arbitrariedade da pintura padronizada dos ônibus, os dois indivíduos devem gostar de emporcalhar a cidade.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

"JUNTO E MISTURADO" DÁ UMA AMOSTRA DE QUE PINTURA PADRONIZADA DIFICULTA IDENTIFICAÇÃO DE EMPRESAS


Pode parecer que não tem a ver, mas tem. Afinal, um programa de tevê é uma boa amostra de como a pintura padronizada nos ônibus de uma cidade dificulta a identificação das empresas, em vez de facilitar, como dizem, de forma demagógica, as autoridades.

A nova temporada do humorístico Junto & Misturado, da Rede Globo de Televisão, estreou ontem e no último bloco, com o tema "Livro", mostra parte do elenco conversando numa biblioteca carioca, enquanto, lá fora, aparecem os tais ônibus com a intragável pintura "embalagem de remédio" imposta para as frotas de ônibus cariocas.

Imagine se em outros tempos, com a diversidade de pinturas que permitia a cada empresa de ônibus exibir sua identidade visual, elas aparecessem num programa de TV. Seria uma grande diferença. Poderíamos reconhecer facilmente uma Real Auto Ônibus, uma Transurb, uma Madureira Candelária, uma Pégaso, uma Jabour.

Hoje, não. Mal se dá para conhecer uma pintura Internorte e uma pintura Intersul, porque, vistas de lado, as pinturas são rigorosamente e ridiculamente iguais. As empresas já estão "juntas e misturadas" nessa mesmice visual, e a confusão é tremenda.

Nos programas de TV, quando os ônibus são focalizados rapidamente, a identificação torna-se muito, muito difícil. Isso derruba completamente o discurso das autoridades que dizem que pintura padronizada "facilita" a identificação. Nem em sonhos! Uma mentira descarada dessas não tem o menor sentido prático.

Por isso, conclui-se que a padronização visual adotada nas frotas de ônibus torna-se danosa, vetando ao público a identificação de cada empresa. Não são numerozinhos ou logotipos minúsculos que irão resolver o problema.