quinta-feira, 18 de julho de 2013

"ODIAR" EMPRESA DE ÔNIBUS NÃO É RAZÃO PARA DEFENDER PINTURA PADRONIZADA

VIAÇÃO OESTE OCIDENTAL - Mudança de nome disfarçada de "extinção" de empresa, a atual Rio Rotas não melhorou com a "disciplina" da pintura padronizada.

A indiferença das pessoas que protestam contra a corrupção nos sistemas de ônibus nas grandes cidades quanto à validade da pintura padronizada é algo que preocupa, porque a pintura padronizada é um dos motivos que mais estimulam a camuflagem que aumenta ainda mais a corrupção nas empresas de ônibus.

Há quem ache, com evidente ingenuidade, que a pintura padronizada, na qual se destaca o logotipo da prefeitura ou do órgão estadual - no caso de linhas intermunicipais - , resolveria a corrupção nos sistemas de ônibus, pois a respectiva Secretaria de Transportes (municipal ou estadual) atuaria como espécie de "xerife" para reprimir os abusos das empresas de ônibus.

Além disso, a pintura padronizada seria uma forma das pessoas expressarem seu "horror" e "ódio" às empresas de ônibus, confundindo a natural indignação com seus abusos com uma histeria moralista e hipócrita, porque isso em si não resolve para combater a corrupção e outros problemas do setor.

Querer esconder uma empresa de ônibus ruim com uma pintura padronizada achando que isso irá "castigá-la" por seus abusos contra a população é uma ideia tão fantasiosa quanto achar que ladrões e estupradores, por serem muito feios, devam aparecer sempre encapuzados, dispensando qualquer urgência de fazer o retrato falado dos criminosos.

O poderio dos cartéis de empresas de ônibus pode não ser resolvido pela diversidade visual. Isso é óbvio. Mas quem pensa que a pintura padronizada resolve o problema, está enganado. Ela torna o que está ruim cada vez pior. E é o que se vê no sistema de ônibus do Rio de Janeiro implantado depois de 2010.

Pelo contrário. Se a coisa estava ruim, se havia cartéis, empresas de ônibus ruins, ônibus em péssimo estado de conservação etc, a coisa piorou com a pintura padronizada, porque esta se tornou um "véu" que tornou a corrupção de antes ainda mais escancarada.

Mesmo empresas que antes eram boas, como Matias, Real e Braso Lisboa, hoje mostram ônibus sucateados, e existe uma torcida para que o corrupto e demagogo governador fluminense Sérgio Cabral Filho "padronize" as frotas intermunicipais controladas pelo DETRO para proteger a Transmil (empresa ruim controlada por "peixes grandes") sob uma licitação de fachada e pintura padronizada.

Isso é óbvio. Empresas de ônibus diferentes mostrando a mesma pintura, pouco importando pequenos detalhes técnicos, só permitem a corrupção. As empresas ruins apostam nesta medida para se "esconderem" debaixo de empresas boas. Além disso, não se sabe quando uma empresa boa pode ficar ruim de repente, e por isso não adianta "odiar" uma empresa por si só.

Isso porque, mascarando empresas ruins com a pintura padronizada, fica mais difícil fiscalizar e denunciar. Com a pintura padronizada, os empresários de ônibus mais corruptos agradecem, e o Estado torna-se cúmplice dessa corrupção estimulada por esse "baile de máscaras".

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