sexta-feira, 3 de abril de 2015

PINTURA PADRONIZADA COMPLICA REDISTRIBUIÇÃO DE ÔNIBUS EM BH


Em tempos em que a Secretaria Estadual de Transportes do Rio de Janeiro quer bagunçar o sistema de ônibus com a pintura padronizada nas linhas do DETRO, a medida, em Belo Horizonte, já mostra um sério prejuízo.

Por conta dos ônibus depredados pelo vandalismo, muitas linhas estão sendo operadas por carros que não correspondem ao padrão adotado pelo lote correspondente. Assim, linhas que correspondem a uma cor para uma região de bairros, são operadas por ônibus pintados por outras cores, correspondentes a outras regiões.

Assim, um exemplo como a linha 9250 Caetano Furquim / Nova Cintra (Via Savassi), da empresa Via BH Coletivos, que normalmente tem a cor laranja, está sendo operada por carros da empresa com as cores azul e verde, correspondentes a outras linhas.

Os passageiros ficam confusos com a situação e reclamam da atenção redobrada que precisam ter para pegar o ônibus certo. Isso sem falar que a 9250 é alvo de outras reclamações como a falta de educação dos motoristas, demora na chegada de um ônibus e o fato de ônibus darem arrancada quando o último passageiro a desembarcar ainda está nos degraus da porta de saída.


A pintura padronizada nos ônibus de Belo Horizonte remete à ditadura militar, através de projetos para o transporte coletivo lançados por políticos do PDS (Partido Democrático Social), em 1980. A medida sofreu uma reformulação em 1998, que refletiram apenas na redistribuição das cores da pintura, e em 2007 um novo leiaute foi lançado, com outra reformulação.

Na Grande Belo Horizonte, por conta das várias cidades que adotam pintura padronizada, há casos de empresas que chegam a ter mais de cinco cores em suas frotas, por conta dos serviços que operam em cada cidade ou região de bairros.

Impedida de ter uma identidade visual própria, cada empresa acaba fragmentando sua apresentação visual, complicando as coisas na hora de transferir carros semi-novos para linhas de menor status, o que reflete em custos para repintura nos ônibus.

TROCAR SEIS POR MEIA-DÚZIA

Infelizmente, no transporte coletivo, as autoridades apostam sempre numa forma de buscar soluções sem resolver o problema. Investem no mais difícil e de efeitos meramente paliativos, que simplesmente não trazem benefícios reais e deixam os problemas permanecerem, irritando os passageiros.

Dessa forma, as autoridades, percebendo o problema exposto acima, em vez de retomarem a medida de recuperar as identificações visuais próprias das empresas, mantém a padronização visual e apelam para o mais difícil, prometendo melhorias na fiscalização e na aquisição de carros com a pintura correspondente a cada linha.

A BHTrans e o DER são órgãos responsáveis pelo sistema, respectivamente responsáveis pelo controle das linhas municipais de Belo Horizonte e nas linhas intermunicipais que ligam a capital mineira a municípios de sua região metropolitana. Outros órgãos controlam os respectivos sistemas nas cidades da Grande BH

Essas medidas prometidas pelas autoridades representam mais custos, além de exigir maior burocracia, o que faz o sistema de ônibus ficar ainda mais complicado. E fazem desgastar ainda mais o sistema de ônibus baseado no poder concentrado do Estado e na adoção, entre outras coisas, de pintura padronizada, bilhete único e dupla função de motorista-cobrador.

Esse modelo já está desgastado e comprovadamente traz prejuízos para a população. O problema é que as autoridades não largam o osso e ainda mantém como "atuais" visões que correspondem à realidade de 35 anos atrás.

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