segunda-feira, 22 de junho de 2015

CABEÇA DE CONSÓRCIO, EXPRESSO PÉGASO TEM FROTA IRREGULAR E MULTAS

Reportagem do jornal carioca Extra aponta que a Expresso Pégaso, que encabeça o consórcio Santa Cruz, tem 90 % de sua frota sem condições de circulação, além de acumular mais de 150 multas referentes a vários de seus carros.

Recentemente, a empresa, para compensar o "inchamento" de sua frota, depois que absorveu linhas de extintas empresas de ônibus, além de ter perdido seu setor Zona Sul-Recreio - entregue à Viação Redentor - , se dividiu numa outra empresa, a Viação Palmares.

Mesmo assim, a atuação da empresa continua irregular e quase toda sua frota apresenta documentação vencida, longo registro de multas, além de sua estrutura apresentar lataria amassada, peças internas quase se soltando, assentos de bancos também soltos e baratas circulando no interior de cada veículo.

Que todo o sistema de ônibus, desde 2010, sucumbiu à decadência que se observa hoje, é verdade, e que empresas como Real Auto Ônibus e Rodoviária A. Matias, sem falar da Viação Verdun (a "Expresso Pégaso" do consórcio Internorte), antes consideradas boas, andam decadentes, é algo que salta aos olhos de qualquer um.

Mas a Pégaso, que, com todos os seus defeitos, parecia esforçada até antes de assumir as linhas da Expresso Oriental (e contrair o "fantasma" da má administração desta extinta empresa), leva às últimas consequências os defeitos que o modelo implantado em 2010 permitiram, com a centralização do poder estatal sobre o sistema de ônibus.

DESGASTE DO MODELO

O modelo já nasceu desgastado desde que foi anunciado, em dezembro de 2009. A atribuição de um poder central à Secretaria de Transportes, promovendo a figura do secretário, que só deveria fiscalizar o sistema, a um pretenso "xerife", só está causando problemas.

O sistema é operado por empresas particulares, mas é o poder estatal que não só detém o poder concentrado como quer o vínculo visual dos ônibus à sua imagem. Daí as padronizações visuais que expressam mais os poderes de prefeituras e órgãos estaduais do que expressar a identidade de cada empresa de ônibus, o que confunde os passageiros.

Afinal, os passageiros ficam totalmente confusos com o troca-troca de empresas, feito sob o véu da pintura padronizada, e que demonstra que o atual modelo de sistema de ônibus não traz a menor transparência para os passageiros.

O grande erro de técnicos e especialistas é que eles acreditam numa eficácia desse modelo, através de soluções cada vez mais complicadas, que exigem maior burocracia e demora na sua realização. Se permitisse a cada empresa de ônibus ostentar a sua identidade visual, com toda a certeza boa parte da burocracia seria eliminada e o passageiro teria mais facilidade em denunciar empresas ruins.

Portanto, embora haja quem acredite na permanência desse modelo do sistema de ônibus como projeto bem sucedido, é através dele que se permite esse fracasso, já que são mais de 30 empresas de ônibus subordinadas a uma só pessoa, o secretário de Transportes, dentro de uma lógica autoritária, burocratizada e tecnocrática.

É por causa desse modelo que o sistema de ônibus do município do Rio de Janeiro, antes referência para o país, apesar de suas imperfeições, piorou consideravelmente depois de 2010. E é muito pouco provável que melhore, talvez venham até novas "Pégaso" escondidas pelo véu da pintura padronizada.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

SPTRANS FAZEM PASSAGEIROS SE CONFUNDIREM COM ÔNIBUS NOTURNOS


Não bastassem os ônibus com pintura padronizada que, em si, já desnorteiam os passageiros mesmo com a "sopinha de números" que "identifica" as empresas, os passageiros ainda têm que pegar linhas erradas por conta da distribuição confusa de linhas de ônibus regulares e noturnas durante a noite.

O compartilhamento de linhas de ônibus que circulam somente à noite, dentro do esquema de "pernoitão", e as linhas regulares, causou muita confusão e revolta de passageiros, que são obrigados a correr para outros pontos para poderem embarcar nos veículos certos.

Segundo dado divulgado pelo UOL, no dia 22 de maio, um ônibus da linha 1741 Metrô Santana / Vila Dionísia, chegando ao terminal Santana às 23h55, não pôde estacionar no seu ponto exclusivo,  na Plataforma 1, já que havia um ônibus noturno da linha N242 Metrô Santana / Campo Limpo.

O motorista então decidiu ir para outro ponto, na Plataforma 2, reservado à linha 1764 Metrô Santana / Jardim Corisco, o que causou mais confusão. Além dos passageiros da 1741 terem que se deslocar para o ponto, os passageiros da 1764 embarcavam no ônibus e, irritados, tinham que saltar em algum ponto distante ao saberem que pegaram a linha errada.

Em alguns casos, passageiros eram recomendados a saltar em um local de menor movimento, que a essas alturas torna-se um sério risco das pessoas serem assaltadas. A revolta dos passageiros é mais grave por se tratar do final da noite para a madrugada, quando tudo que as pessoas querem é voltar para casa rápido, sãos e salvos.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

VÍTOR BELFORT E JOANA PRADO CRITICAM SISTEMA DE ÔNIBUS DO RJ


O casal Vítor Belfort e Joana Prado, ele lutador de UFC, ela ex-assistente de palco de Luciano Huck (era a Feiticeira), resolveram protestar contra o sistema de ônibus do Rio de Janeiro e contra o modelo de transporte que, entre outras coisas, prevê redução de ônibus em circulação nas ruas.

Joana usou seu celular para tirar as fotos dela e do marido passando dificuldades no percurso. A moça ainda comentou que o sistema de ônibus que hoje utiliza, no Rio de Janeiro, é o mesmo que ela utilizava em São Paulo, com o mesmo nível de péssima qualidade. Escreveu ela no Instagram:

"Não é fácil não! Andei muito de ônibus a minha inteira. Pegava o Jardim das Palmas em SP q demorava 1 hora pra passar e ainda mais 2 hs até chegar no trabalho (era secretária em uma empresa de engenharia). Hoje, muitos anos depois eu e o @vitorbelfort decidimos ir para @fortfitbyvitorbelfort assim. E percebemos q infelizmente nada mudou #lutopelopovo",


sábado, 30 de maio de 2015

HUMORÍSTICO FAZ ZORRA COM SISTEMA DE ÔNIBUS DO RJ


Mais uma vez um humorístico critica a pintura padronizada nos ônibus e a confusão que os passageiros têm em relação aos ônibus.

Na edição de hoje do programa Zorra, da Rede Globo, uma esquete mostra um ônibus parando no ponto com destino escrito "Bangu". Curiosamente, foi usado um ônibus piso-baixo da Transportes São Silvestre, que é do consórcio Intersul. Bangu corresponde a outro consórcio, Santa Cruz.

O passageiro logo pergunta se esse ônibus vai para Bangu. O cobrador e alguns passageiros não sabem informar se esse ônibus vai para o referido bairro da Zona Oeste carioca, mas aí o motorista responde que o ônibus NÃO vai para Bangu. O passageiro, então, satisfeito, resolve embarcar no ônibus.

Embora o humorístico, na ficha técnica, anuncie ser uma obra de ficção sem compromisso com a realidade, a mensagem em questão tem muito a ver com a realidade vivida pelos passageiros.


quinta-feira, 30 de abril de 2015

...E TUDO COMEÇOU COM A PINTURA PADRONIZADA NOS ÔNIBUS

POLICIAL ESTRANGULA MANIFESTANTE DE PROTESTO PACÍFICO DE PROFESSORES NO PARANÁ.

A repressão policial contra a manifestação pacífica dos professores em Curitiba, no Paraná, demonstra o alto grau de reacionarismo do grupo político que comanda o Estado, representado pelo governador tucano Beto Richa, do PSDB.

Professores que estavam em greve e pediam melhores condições de trabalho e aumento salarial foram reprimidos pelas tropas de choque, que atiraram bombas de efeito moral, feriram manifestantes e cometeram violência como na foto acima.

Nessa foto, um policial tenta enforcar um manifestante que só estava ali para se manifestar em paz pela sua qualidade de vida. O manifestante estava "armado" apenas de um auto-falante que usava para expressar sua indignação contra a situação vivida pela classe.

Os policiais teriam recebido ordem do governador e de seu secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, conhecido por sua truculência, para agir assim, sob pena de serem presos por "desacato a autoridade" e "não cumprimento de ordens superiores".

E o que isso tem a ver com a "mobilidade urbana"? Muita coisa. Afinal, a família Richa, originária de Londrina, a partir de José Richa, pai de Beto, se ascendeu politicamente na capital paranaense sob o apadrinhameno político de Jaime Lerner, arquiteto que muita gente acredita ser "progressista" mas se esquece que ele foi filhote da ditadura militar.

Jaime Lerner não foi um político competente e como administrador não diferiu muito de Beto Richa hoje. Lerner tinha apetite voraz para privatizar empresas públicas e transferir o dinheiro da venda para seu patrimônio pessoal. Adotava políticas contrárias aos interesses dos trabalhadores e suas políticas salariais eram tenebrosas.

Foi preciso, nos últimos anos, Jaime Lerner dotar de uma articulada e coesa equipe de advogados para livrá-lo de um processo por corrupção, na tentativa de apresentá-lo com a "imagem limpa" para os festejos da hoje fracassada Copa de 2014 e para os quarenta anos de seu hoje decadente projeto de transporte público.

Em 1974, o então prefeito biônico (nomeado por militares) de Curitiba lançou um projeto que envolveu mudanças no sistema de ônibus e no trânsito que seguiam a mesma lógica tecnocrática do regime militar, sendo um equivalente para Urbanismo e Transportes ao que Roberto Campos, vulgo Bob Fields (era fanático pelo FMI), significou para a Economia brasileira.

Tendo como elemento principal a pintura padronizada nos ônibus, usando como desculpa critérios "racionais" - que hoje variam de consórcios a tipos de serviços e regiões de bairros - , Lerner permitiu, com a medida, camuflar a corrupção dos empresários de ônibus, e criar transtornos para os passageiros que estão agora privados de saber a identidade de cada empresa de ônibus.

Mas isso foi apenas a cobertura do "bolo", e a reboque da pintura padronizada dos ônibus - medida que, infelizmente, cresce que nem praga no Brasil - vieram outras medidas tão impopulares quanto, como a redução de frotas de ônibus em circulação, a dupla função do motorista-cobrador e a sobrecarga na jornada de trabalho dos rodoviários.

A partir dessas medidas antipopulares Jaime Lerner construiu sua ascensão política, apadrinhou o amigo José Richa e aos poucos foi se retirando da política, atuando apenas como arquiteto "independente" a espalhar seu projeto nefasto para o transporte coletivo para outras cidades, por meio de sua consultoria.

E é justamente esse cenário de ascensão política que fez crescer e aparecer Beto Richa e seu ato reacionário de reprimir um protesto pacífico de professores que só queriam melhores salários e condições para poderem exercer seus trabalhos de forma digna e eficiente.

E pensar que tudo isso começou porque um prefeito nomeado pela ditadura militar decidiu adotar a pintura padronizada nos ônibus de uma capital...

sexta-feira, 3 de abril de 2015

PINTURA PADRONIZADA COMPLICA REDISTRIBUIÇÃO DE ÔNIBUS EM BH


Em tempos em que a Secretaria Estadual de Transportes do Rio de Janeiro quer bagunçar o sistema de ônibus com a pintura padronizada nas linhas do DETRO, a medida, em Belo Horizonte, já mostra um sério prejuízo.

Por conta dos ônibus depredados pelo vandalismo, muitas linhas estão sendo operadas por carros que não correspondem ao padrão adotado pelo lote correspondente. Assim, linhas que correspondem a uma cor para uma região de bairros, são operadas por ônibus pintados por outras cores, correspondentes a outras regiões.

Assim, um exemplo como a linha 9250 Caetano Furquim / Nova Cintra (Via Savassi), da empresa Via BH Coletivos, que normalmente tem a cor laranja, está sendo operada por carros da empresa com as cores azul e verde, correspondentes a outras linhas.

Os passageiros ficam confusos com a situação e reclamam da atenção redobrada que precisam ter para pegar o ônibus certo. Isso sem falar que a 9250 é alvo de outras reclamações como a falta de educação dos motoristas, demora na chegada de um ônibus e o fato de ônibus darem arrancada quando o último passageiro a desembarcar ainda está nos degraus da porta de saída.


A pintura padronizada nos ônibus de Belo Horizonte remete à ditadura militar, através de projetos para o transporte coletivo lançados por políticos do PDS (Partido Democrático Social), em 1980. A medida sofreu uma reformulação em 1998, que refletiram apenas na redistribuição das cores da pintura, e em 2007 um novo leiaute foi lançado, com outra reformulação.

Na Grande Belo Horizonte, por conta das várias cidades que adotam pintura padronizada, há casos de empresas que chegam a ter mais de cinco cores em suas frotas, por conta dos serviços que operam em cada cidade ou região de bairros.

Impedida de ter uma identidade visual própria, cada empresa acaba fragmentando sua apresentação visual, complicando as coisas na hora de transferir carros semi-novos para linhas de menor status, o que reflete em custos para repintura nos ônibus.

TROCAR SEIS POR MEIA-DÚZIA

Infelizmente, no transporte coletivo, as autoridades apostam sempre numa forma de buscar soluções sem resolver o problema. Investem no mais difícil e de efeitos meramente paliativos, que simplesmente não trazem benefícios reais e deixam os problemas permanecerem, irritando os passageiros.

Dessa forma, as autoridades, percebendo o problema exposto acima, em vez de retomarem a medida de recuperar as identificações visuais próprias das empresas, mantém a padronização visual e apelam para o mais difícil, prometendo melhorias na fiscalização e na aquisição de carros com a pintura correspondente a cada linha.

A BHTrans e o DER são órgãos responsáveis pelo sistema, respectivamente responsáveis pelo controle das linhas municipais de Belo Horizonte e nas linhas intermunicipais que ligam a capital mineira a municípios de sua região metropolitana. Outros órgãos controlam os respectivos sistemas nas cidades da Grande BH

Essas medidas prometidas pelas autoridades representam mais custos, além de exigir maior burocracia, o que faz o sistema de ônibus ficar ainda mais complicado. E fazem desgastar ainda mais o sistema de ônibus baseado no poder concentrado do Estado e na adoção, entre outras coisas, de pintura padronizada, bilhete único e dupla função de motorista-cobrador.

Esse modelo já está desgastado e comprovadamente traz prejuízos para a população. O problema é que as autoridades não largam o osso e ainda mantém como "atuais" visões que correspondem à realidade de 35 anos atrás.

quinta-feira, 26 de março de 2015

JOVEM FAZ PROTESTO CONTRA PINTURA PADRONIZADA "ESCREVENDO" EM SUJEIRA DE ÔNIBUS NO RJ


A pintura padronizada nos ônibus continua recebendo o repúdio da população, que vê na medida uma série de transtornos e irregularidades. Um protesto insólito e improvisado dá o tom da revolta popular contra a medida implantada há cinco anos pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Na tarde de ontem, na Av. República do Chile, no Castelo, foi fotografado um ônibus da Transportes Paranapuan, da linha 323 Castelo / Bananal (via Linha Vermelha), com aspecto de sujo que permitiu que algum jovem "escrevesse", sobre a sujeira, a expressão "Ideal", correspondente a outra empresa que atende a Ilha do Governador, a Viação Ideal.

A Ideal já teve carros similares a este modelo, Neobus Mega IV, que não fazem mais parte de sua frota. Mesmo assim, o protesto do jovem, que provavelmente foi feito quando ele estava na Av. Pres. Vargas, teve como objetivo chamar a atenção dos cariocas sobre a confusão que é haver empresas diferentes adotando o mesmo visual imposto pelo prefeito Eduardo Paes.

Aparentemente indiferentes, os passageiros de ônibus e transeuntes que observaram a "molecagem" olhavam com simpatia e graça o gesto, que expressa apenas uma entre as várias indignações que o povo carioca está tendo contra o grupo político de Eduardo Paes, Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral Filho.